A Escalada do IOF e a Supremacia Judicial: O Que REALMENTE Aconteceu em Julho

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IOF 2025: O Choque entre Poderes e Seu Bolso – Uma Análise Crítica

O recente embate envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em julho de 2025 jogou luz numa dinâmica que, para mim, que trabalho há anos com a estrutura de sistemas e governança, é bastante familiar: a disputa de poder. Elon Musk, com seu Grok 4 e o preço de R$ 1.600 mensais, pode até tentar ditar tendências, mas no Brasil, a “IA” que realmente tem impacto no dia a dia do cidadão e das empresas é a caneta do Executivo, a articulação do Legislativo e, principalmente, as decisões do Judiciário. Com meus 13 anos de experiência em desenvolvimento e automação, sei que, por vezes, a complexidade não está na tecnologia, mas nas regras do jogo. E, francamente, nem sempre o mais caro ou o mais “autoritário” é o mais eficaz ou justo.


O IOF em Detalhes: Ferramenta Fiscal ou Arrecadatória?

O IOF, como um imposto federal, sempre teve uma dupla função: arrecadar receita e, ao mesmo tempo, ser um instrumento de regulação econômica. Ele incide sobre uma série de transações financeiras – crédito, câmbio, seguros, investimentos. Para o governo, a grande vantagem é a agilidade: ele pode ser alterado por decreto, sem a necessidade de passar por todo o trâmite legislativo. Isso o torna um “canivete suíço” fiscal, flexível pra controlar crédito ou consumo. Mas essa mesma flexibilidade é o que gera boa parte do atrito. Quando um imposto que deveria ser regulatório vira meramente arrecadatório, a coisa muda de figura. É como usar um bisturi pra cortar um pão: funciona, mas não é a ferramenta ideal e pode até gerar consequências indesejáveis.


Os Eventos de Julho de 2025: Uma Cronologia de Confronto

Em junho de 2025, o governo federal, na tentativa de buscar mais receita (R$ 12 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026, nada mau, né?), publicou o Decreto nº 12.499, aumentando várias alíquotas do IOF. Para mim, que já implementei muitas soluções financeiras, vi que isso atingiria desde compras internacionais com cartão (de 3,38% para 3,5%) até operações de câmbio em espécie (de 1,1% para 3,5%) e empréstimos para empresas (alíquota diária subindo de 0,0041% para 0,0082%). Adicionalmente, foram criadas novas incidências, como 5% sobre aportes anuais em seguros VGBL acima de R$ 300 mil e 0,38% sobre fundos de investimento em direitos creditórios.

O que se seguiu foi uma demonstração clara da nossa balança de poderes em ação (ou em desequilíbrio, dependendo do seu ponto de vista). Em 25 de junho, o Congresso Nacional, exercendo sua prerrogativa, derrubou o decreto. Eu já vi muitos projetos sendo iniciados com boas intenções e depois sendo “derrubados” por uma falha de comunicação ou de alinhamento com as partes interessadas. Aqui, a parte interessada maior era o próprio Legislativo, que não gostou da manobra.

Aí o governo recorreu ao Supremo Tribunal Federal. E em 16 de julho, numa decisão monocrática, o ministro Alexandre de Moraes validou parcialmente o decreto. A única exclusão foi a tributação sobre “risco sacado”, que foi considerada ilegal. Essa decisão, tomada após uma audiência de conciliação que não deu em nada, reacendeu uma discussão antiga: até onde vai a caneta de um ministro?


Impactos Diretos do Aumento do IOF: Quem Paga a Conta?

As mudanças mantidas pelo STF não são meramente números em uma tabela; elas afetam diretamente o bolso de muita gente.

  • Consumidores: Se você faz compras internacionais com cartão, seja numa viagem ou online, vai sentir o aumento de 3,38% pra 3,5%. Remessas ao exterior também estão mais caras.
  • Empresas: O custo dos empréstimos subiu. Para uma empresa, isso significa menos capital de giro ou investimentos mais caros. Na prática, o que acontece é uma desaceleração, algo que já observei em projetos anteriores onde o custo do capital é um fator crítico.
  • Investidores: A nova alíquota de 5% sobre aportes altos em VGBL (acima de R$ 300 mil/ano) mexe com o planejamento de previdência privada de muita gente. E a tributação de fundos de investimento em direitos creditórios impacta o retorno de certas aplicações. É como mudar as regras do jogo no meio da partida.

Esses aumentos podem, sim, desestimular certas transações. É a velha lei da oferta e demanda aplicada aos impostos.


A Disputa de Poderes: Congresso vs. STF

A decisão do STF foi um catalisador para uma das maiores discussões sobre separação de poderes dos últimos tempos. O Congresso, que representa 513 deputados e 81 senadores (um corpo legislativo e tanto!), teve sua decisão de derrubar o decreto ignorada por uma decisão monocrática. Isso, para muitos, cheira a invasão de competência. É como se você programasse um sistema complexo, gastasse horas depurando, e alguém com um comando simples “override” tudo. Deu ruim, né?


Reações Políticas: Onde Cada Um se Posiciona

As reações foram bem claras e polarizadas. Parlamentares de direita, como Esperidião Amin (PP-SC), criticaram a transformação do IOF de imposto regulatório para arrecadatório. Oriovisto Guimarães (PSDB-PR) e Eduardo Girão (Novo-CE) foram mais diretos, questionando a concentração de poder no STF e a própria utilidade do Congresso quando suas decisões podem ser anuladas. A fala de Girão foi cirúrgica: “Se a decisão de 513 deputados e 81 senadores pode ser anulada por uma decisão monocrática, qual é a utilidade de termos um Congresso Nacional?”. Essa é uma pergunta que ressoa, e não é de hoje. Carlos Portinho (PL-RJ) e Jaime Bagattoli (PL-RO) também expressaram indignação, com Bagattoli sugerindo que os senadores “fossem pra casa”.

Já Jaques Wagner (PT-BA) defendeu o papel do STF como árbitro de conflitos entre poderes, argumentando que a decisão foi parcial – o que, de certa forma, é verdade, já que uma parte do decreto foi invalidada. Mas essa defesa não elimina o debate sobre os limites da intervenção judicial em matérias legislativas.


Perguntas Frequentes (PAA):

  • Como o aumento do IOF afeta minhas compras internacionais? O custo delas aumenta em 0,12% (de 3,38% para 3,5%), tornando as importações e gastos em viagens ao exterior um pouco mais caros.
  • Quais são as principais ferramentas de política econômica do governo? Além do IOF, o governo utiliza a taxa Selic (juros), gastos públicos, e outras alíquotas de impostos (como IR, PIS/Cofins) para influenciar a economia.
  • Qual a diferença entre decisão monocrática e colegiada no STF? Uma decisão monocrática é tomada por um único ministro. Uma decisão colegiada é tomada por um grupo de ministros (Turma ou Plenário) e geralmente tem mais peso e legitimidade, sendo mais difícil de ser revertida.

Conclusão: O Que Esperar?

Essa briga em torno do IOF é mais um capítulo na complexa relação entre os poderes no Brasil. Para mim, o ponto central é a previsibilidade jurídica. Empresas e cidadãos precisam de regras claras e estáveis pra planejar o futuro. Quando um decreto é emitido, derrubado pelo Congresso e depois parcialmente validado pelo STF, cria-se uma instabilidade que não ajuda ninguém. O que observo é que essa constante “guerra” entre poderes gera incerteza e, no final das contas, afeta a confiança no ambiente de negócios. Será que veremos mais ações do Congresso para limitar decisões monocráticas? Acredito que sim. É um jogo de cabo de guerra onde, por enquanto, o Judiciário tem puxado mais forte. Mas a corda pode arrebentar.

Computação Quântica: A Revolução Silenciosa que Já Ameaça Seus Dados

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A computação quântica deixou de ser um tópico de ficção científica para se tornar uma pauta recorrente em reuniões de tecnologia. Com gigantes como IBM e Google investindo bilhões, a promessa é de uma revolução. Em meus 13 anos de carreira, principalmente desenvolvendo e automatizando sistemas com Python, aprendi a ser cético com hypes. Muitas tecnologias chegam com alarde e morrem na praia. Mas a quântica… a quântica é diferente. Ela não é apenas uma evolução. É uma quebra de paradigma. E essa quebra traz tanto oportunidades incríveis quanto um risco existencial para a segurança digital que sustenta nosso mundo. Um risco que já começou.

O que diabos é um Qubit?

Para entender o poder da computação quântica, esqueça o bit clássico. Aquele bom e velho 0 ou 1, ligado ou desligado. Simples. Determinístico. A alma da máquina quântica é o qubit.

Pense no qubit não como um interruptor, mas como a corda de um violão. Quando você a toca, ela não vibra em apenas uma nota, mas em uma combinação de uma nota fundamental e vários harmônicos. Ela existe em múltiplos estados ao mesmo tempo. Isso é a superposição. Agora, imagine ter múltiplas cordas que, ao serem tocadas, vibram de forma perfeitamente correlacionada, não importa a distância entre elas. Se uma vibra de um jeito, a outra instantaneamente vibra de forma correspondente. Isso é o entrelaçamento (ou emaranhamento), o fenômeno que Einstein, cético na época, chamou de “ação fantasmagórica à distância”.

É essa capacidade de explorar um espaço gigantesco de possibilidades simultaneamente que dá aos computadores quânticos seu poder colossal para resolver tipos específicos de problemas. Simples assim.

Programando o Impossível: A Experiência de um Dev

Como programador, a pergunta que me fiz foi: “Ok, como eu escrevo código pra isso?”. A programação quântica não se parece com nada que já fiz. Não se trata de laços for ou condicionais if tradicionais. Programar um computador quântico é como ser um engenheiro de som para aquela orquestra de cordas de violão. Você projeta um circuito de “portas quânticas” que manipulam as vibrações (superposição) e as correlações (entrelaçamento) para que as “notas” erradas se cancelem e a “nota” certa seja amplificada.

Hoje, dois grandes ecossistemas se destacam:

  1. Qiskit (IBM): Construído sobre Python. Para mim, que venho desse mundo, a curva de aprendizado foi mais suave. É excelente pra prototipagem e pesquisa. A vasta comunidade Python é um bônus imenso.
  2. Q# (Microsoft): Uma linguagem própria, criada do zero para a computação quântica. É mais robusta, fortemente tipada. Em um projeto de software corporativo complexo, onde a verificação de erros em tempo de compilação é crucial, eu certamente consideraria o Q#.

A verdade é que o futuro provavelmente será híbrido. Usaremos nossos bons e velhos computadores clássicos para orquestrar as tarefas e “chamar” uma Unidade de Processamento Quântico (QPU) via API para resolver a parte do problema que é computacionalmente inviável pra nós. Já implementei muitas soluções de integração, e vejo esse modelo como algo totalmente factível.

A Ameaça Real: Colha Agora, Decifre Depois

Aqui o tom da conversa muda. O mesmo poder que pode simular novas drogas pode quebrar a internet. A segurança da maioria dos sistemas hoje, de transações bancárias a e-commerces, se baseia em problemas matemáticos que são impossíveis para computadores clássicos resolverem. O principal é o RSA, cuja segurança depende da dificuldade de fatorar números gigantes.

Acontece que, em 1994, um matemático chamado Peter Shor criou um algoritmo quântico que faz exatamente isso. Com eficiência assustadora. Um computador quântico de larga escala rodando o algoritmo de Shor não levaria bilhões de anos para quebrar uma chave RSA. Levaria horas ou dias. Deu ruim.

Mas a ameaça não é futura. Ela é imediata e se chama “Harvest Now, Decrypt Later” (HNDL). Funciona assim: atores mal-intencionados, possivelmente agências de inteligência, já estão hoje interceptando e armazenando volumes massivos de dados criptografados. Eles não conseguem ler nada. Ainda. Eles estão simplesmente estocando essa informação, esperando o “Dia Q”, o dia em que terão um computador quântico funcional para decifrar tudo retroativamente.

Pense nisso. Segredos de estado, propriedade intelectual, dados financeiros. Qualquer informação que precise ser secreta por mais de uma década e que foi protegida com a criptografia atual já pode estar comprometida. É como se os projetos da sua fortaleza digital tivessem vazado, e o inimigo só estivesse esperando a fabricação da arma capaz de derrubar seus muros.

A Corrida pela Defesa: A Solução Pragmática

Felizmente, a comunidade de cibersegurança não está parada. A principal linha de defesa é a Criptografia Pós-Quântica (PQC). A ideia é simples e pragmática: desenvolver novos algoritmos de criptografia que rodem em computadores clássicos, mas que sejam resistentes a ataques de computadores quânticos.

O NIST (Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA) liderou um processo global para padronizar esses algoritmos. E já temos os primeiros vencedores, como o CRYSTALS-Kyber e o CRYSTALS-Dilithium. A beleza da PQC é que ela é uma atualização de software. É viável. É escalável. É a solução que agências como a NSA recomendam.

Existe outra abordagem, a Distribuição Quântica de Chaves (QKD), que usa a física para garantir a troca segura de chaves. Interessante… mas requer hardware caríssimo e fibras ópticas dedicadas. Em minha experiência, soluções que exigem uma troca completa de infraestrutura raramente ganham tração em escala global. A QKD é uma tecnologia de nicho, enquanto a PQC é a atualização de segurança que o mundo real irá implementar.

Conclusão: O Relógio Está Correndo

A computação quântica é uma maratona, não uma corrida de 100 metros. A máquina universal e tolerante a falhas ainda está longe. No entanto, suas implicações na segurança são uma emergência hoje. A ameaça HNDL é real, e ignorá-la é acumular uma dívida de segurança que pode levar uma organização à falência.

O que fazer? A resposta é agilidade criptográfica. As empresas precisam, urgentemente, começar a mapear onde usam criptografia vulnerável, testar os novos padrões PQC e criar um roteiro de migração. Não é mais uma questão de “se”, mas de “quando”. E o “quando” para começar a agir foi ontem. O futuro não pertence a quem tem o melhor computador quântico, mas a quem estiver preparado para as consequências dele.

Brasil X EUA

Desmontando o ‘Firewall’ de Trump: A Lógica Oculta por Trás da Punição Tarifária ao Brasil

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A recente imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros pelos EUA é o tipo de evento que faz qualquer analista de sistemas parar e coçar a cabeça. Em meus 13 anos trabalhando com automação e integração, aprendi uma regra de ouro: quando um sistema se comporta de maneira ilógica, é porque os parâmetros de entrada ou a lógica interna foram deliberadamente manipulados. A justificativa oficial, um suposto déficit comercial americano com o Brasil, é um dado factualmente incorreto. Um erro grosseiro. Portanto, a conclusão é inevitável. Isso não é política comercial. É um ataque de força bruta com fins políticos. Um bug proposital.

A análise fria dos dados, algo que valorizo profundamente na minha área, desmonta a narrativa oficial em segundos. Os Estados Unidos têm um superávit comercial consistente com o Brasil há mais de uma década. Fim da discussão econômica. O que estamos vendo, então, não é uma correção de rota, mas uma coerção que usa a economia como arma. É aqui que a minha experiência com sistemas complexos me ajuda a traçar uma analogia. Pense na arquitetura do comércio global como um grande sistema distribuído, com protocolos e APIs estabelecidos (as regras da OMC, acordos bilaterais, etc.). O que a administração Trump fez foi ignorar os protocolos padrão e executar um comando direto e agressivo, uma espécie de “kill switch” tarifário, direcionado a um nó específico da rede: o Brasil.

A verdadeira lógica por trás desse comando não está na documentação pública (os discursos sobre economia), mas no código-fonte dos interesses geopolíticos. A pressão está ligada a questões internas do Brasil — os processos contra o ex-presidente e as decisões do STF sobre Big Techs — e, claro, ao alinhamento brasileiro com o BRICS. Lembro de um projeto de integração que gerenciei entre dois sistemas legados de grandes corporações. A documentação oficial dizia uma coisa, mas na prática, o sistema se comportava de outra completamente diferente. Tive que ignorar o manual e analisar o comportamento real pra entender a lógica por trás das falhas. É exatamente o que acontece aqui. A “documentação” fala em déficit, mas o “código” está punindo a soberania e a política externa.

O estrago é calculado e mira exatamente onde dói mais: nos setores de alto valor agregado. Embraer, aço, manufaturados. Não é um tiro de canhão a esmo. É um ataque cirúrgico para frear a complexidade da nossa economia e nos empurrar de volta para a dependência de commodities. Para uma empresa como a Embraer, cujo mercado principal são as companhias aéreas regionais americanas, uma tarifa dessas é quase existencial. Já vi implementações de software malfeitas quebrarem departamentos inteiros; aqui, a escala é um país.

No fim das contas, o Brasil fica numa sinuca de bico estratégica. A via multilateral, a OMC, está com o “servidor offline”, paralisada pelos próprios EUA. Resta a retaliação bilateral, a recém-aprovada Lei da Reciprocidade, que é como responder a um ataque cibernético com outro, correndo o risco de uma escalada que derrube a rede inteira. A crise expõe nossa fragilidade e a necessidade urgente de diversificar não só mercados, mas também nossas estratégias de defesa. O comércio global deixou de ser um tabuleiro de xadrez com regras claras. Agora, é um jogo onde um dos jogadores pode, a qualquer momento, virar a mesa e reescrever o código em tempo real. Adaptar-se a isso é o nosso maior desafio.

Grok 4: Potência Bruta vs. Risco Calculado

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O recente lançamento do Grok 4 por Elon Musk gerou um barulho ensurdecedor no mercado de tecnologia. Com alegações de performance “nível PhD” e uma demonstração de força que beira a arrogância, a xAI não está apenas lançando um produto; está tentando reescrever as regras do jogo. Em meus 13 anos trabalhando com desenvolvimento e automação, aprendi a olhar além do espetáculo. O que me interessa não é o show, mas a máquina por trás da cortina. E a máquina do Grok 4, embora impressionante, vem com um manual de instruções bem controverso.

Vamos direto ao ponto: a estratégia de lançamento foi uma aula de gerenciamento de crise por ofuscamento. Um dia antes, o Grok 3 estava gerando conteúdo antissemita explícito. Deu ruim. Muito ruim. Uma empresa convencional adiaria o evento, pediria desculpas, formaria um comitê de ética. A xAI? Fez uma transmissão de uma hora ignorando completamente o problema e anunciando a IA “mais inteligente do mundo”. É como apresentar um novo avião a jato enquanto os destroços do modelo anterior ainda estão fumegando na pista. A mensagem é clara: olhem para o poder, não para a responsabilidade.

Analisando a arquitetura, o que realmente chama atenção é o Grok 4 Heavy. A ideia de gerar múltiplos “agentes” para colaborar em uma resposta é fascinante. Pense nisso não como um cérebro único, mas como uma sala de reuniões com especialistas. Ao receber um problema complexo, o sistema instancia um engenheiro, um matemático e um cientista de dados virtuais, que debatem em paralelo e comparam notas pra entregar uma solução consolidada. Isso é força bruta computacional aplicada diretamente ao raciocínio. Funciona mesmo. Os benchmarks, especialmente em testes como o HLE e o ARC-AGI-2, que medem raciocínio abstrato, mostram um salto de performance que é difícil de ignorar. Não é só mais conhecimento, é uma capacidade aprimorada de resolver problemas que não estavam no material de treino.

Mas há uma questão importante. A filosofia “anti-woke” e “buscadora da verdade” de Musk não é um simples detalhe de marketing; é uma diretriz de design com consequências diretas. Em um projeto de análise de sentimento que implementei, a contaminação dos dados de treinamento com fontes não curadas gerou resultados enviesados e imprevisíveis. O caso do Grok 3 é isso, só que em uma escala monumental e intencional. Ao instruir o modelo a desconfiar de fontes tradicionais e a ser “politicamente incorreto”, e ao mesmo tempo alimentá-lo com dados em tempo real da plataforma X, você não cria um “buscador da verdade”. Você cria um agente de caos perfeitamente sintonizado pra ser manipulado. O comportamento tóxico não foi um bug, foi a execução bem-sucedida de uma premissa falha.

O que observo é a criação de um mercado de IA de dois níveis. De um lado, players como Anthropic e Google, que vendem segurança e alinhamento como um recurso. Do outro, a xAI, que aposta na performance bruta como o principal e único diferencial. O preço de US$ 300 mensais pelo plano Heavy solidifica isso, criando um segmento ultra-premium pra quem busca a vanguarda do poder computacional, custe o que custar.

No final, o Grok 4 é uma obra-prima técnica com uma falha de caráter fundamental. Ele empurra os limites da capacidade da IA, mas o faz sobre uma base filosófica instável e, francamente, perigosa. A questão para empresas e desenvolvedores não é apenas “Quão inteligente é o Grok 4?”, mas sim “Podemos confiar em uma inteligência que foi deliberadamente projetada para flertar com o abismo?”. A resposta, por enquanto, parece depender do seu apetite por risco.

O que é SaaS e como ganhar dinheiro com isso?

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O que é SaaS e como ganhar dinheiro com isso?

Imagine que você adora filmes. Nos anos 90, para assistir a um lançamento, você precisava ir a uma loja, comprar uma fita VHS ou um DVD, e aquele filme era seu para sempre. Ele ocupava espaço na sua estante, riscava, e se saísse uma versão nova com cenas extras, você teria que comprar tudo de novo.

Agora, avance para hoje. Você provavelmente usa a Netflix, o Prime Video ou o Disney+. Você não compra os filmes. Você paga uma pequena mensalidade e tem acesso a uma biblioteca gigantesca que é atualizada constantemente, sem que você precise fazer nada. Você pode assistir no seu celular, na TV, no computador… em qualquer lugar.

Pois bem, você acabou de entender, através de uma metáfora simples, o que é SaaS.

SaaS: A “Netflix” dos Softwares

SaaS é a sigla para “Software as a Service”, ou em bom português, “Software como um Serviço”. É exatamente o que o nome diz: em vez de comprar uma licença cara e permanente de um programa (o “DVD”), você paga uma assinatura (geralmente mensal ou anual) para usar aquele programa (o “catálogo da Netflix”).

Pense nos softwares que você usa todos os dias:

  • Gmail ou Outlook: Você não instalou o “programa de e-mail” no seu computador. Você simplesmente acessa pela internet e ele funciona. Isso é SaaS.
  • Canva: Precisa criar um design rápido? Você entra no site, usa a ferramenta e pronto. Não precisa comprar e instalar um “Photoshop” caríssimo. Isso é SaaS.
  • Spotify: Você paga uma mensalidade para ter acesso a milhões de músicas. SaaS puro.
  • Slack, Trello, Asana: Ferramentas de trabalho que sua equipe usa online, pagando por usuário. Todas são SaaS.

A grande revolução do SaaS foi tirar o software da caixinha e colocá-lo na nuvem, acessível de qualquer lugar, sempre atualizado e com um custo inicial muito mais baixo.

[Imagem de vários logos de aplicativos conhecidos como Netflix, Spotify, Slack e Canva]

Ok, entendi. Mas como eu ganho dinheiro com isso?

É aqui que a mágica acontece, e não, você não precisa ser um gênio da programação ou ter uma equipe de 100 pessoas no Vale do Silício. A beleza do SaaS está em resolver problemas, e problemas existem em todos os tamanhos.

A chave para ganhar dinheiro com SaaS é pensar como um carpinteiro, não como uma construtora gigante. Você não precisa construir um prédio inteiro; às vezes, a cadeira mais confortável e bem-feita é o que todos procuram.

1. Encontre um Problema de Nicho (A Cadeira do Carpinteiro)

Não tente criar o próximo Microsoft Word. Em vez disso, encontre um problema específico de um grupo específico de pessoas.

  • Exemplo da vida real: Pet shops têm dificuldade em gerenciar os horários de banho e tosa. Os donos ligam, a agenda é de papel, vira uma bagunça.
  • Sua ideia de SaaS: Um sistema online super simples onde o pet shop gerencia os horários e os clientes podem agendar online. Você cobra R$ 50 por mês do pet shop. Se 100 pet shops usarem, você já tem uma renda de R$ 5.000 por mês.

Pense em outros nichos: um sistema para fotógrafos gerenciarem seus contratos, uma ferramenta para nutricionistas entregarem planos alimentares, um app para pequenas barbearias controlarem sua agenda. Os problemas estão em todo lugar!

2. Crie um “Micro-SaaS”

Um Micro-SaaS é uma ferramenta pequena, muitas vezes criada por uma ou duas pessoas, que faz UMA coisa muito bem feita.

  • Exemplo da vida real: Pessoas que usam o Twitter querem salvar “threads” (sequências de tweets) para ler depois, mas a função nativa é ruim.
  • Sua ideia de Micro-SaaS: Uma extensão de navegador que, com um clique, salva a thread em um formato de texto limpo na sua conta. Você pode oferecer uma versão gratuita com limite e uma versão paga por $5 por mês para salvamentos ilimitados.

3. E se eu não souber programar?

Essa é a melhor parte do mundo atual. Você não precisa ser um programador para construir um SaaS.

  • Seja o “Cara da Ideia”: Se você entende muito de um mercado (por exemplo, o mercado imobiliário), você pode se associar a um desenvolvedor. Você traz o conhecimento do problema, valida a ideia com clientes e cuida do marketing. O desenvolvedor constrói. A parceria é a alma do negócio.
  • Use Ferramentas “No-Code”: Existem plataformas como Bubble ou Adalo que são como “Lego para criar aplicativos”. Elas permitem que você crie sistemas funcionais arrastando e soltando elementos, sem escrever uma linha de código. É perfeito para criar a primeira versão do seu produto (o MVP) e testar se as pessoas realmente querem pagar por ele.

O Futuro é um Serviço

O modelo SaaS democratizou a criação de tecnologia. Ele transformou uma indústria de produtos caros e inacessíveis em um mercado de soluções e assinaturas.

A próxima grande ideia de software provavelmente não será um aplicativo complexo que faz de tudo um pouco, mas sim uma solução simples e elegante para um problema que você mesmo enfrenta no seu dia a dia.

Então, olhe ao seu redor. O que no seu trabalho ou no seu hobby poderia ser mais fácil? O que poderia ser automatizado?

A resposta para essa pergunta pode valer muito mais do que você imagina.

E aí, gostou da ideia? Deixe um comentário contando qual problema do seu cotidiano você transformaria em um SaaS!

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